sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Filmes no Renascimento

Os filmes são ótimas oportunidades para conhecermos melhor as épocas e seus costumes.
Para criação de figurino, as equipes de produção fazem estudos históricos para compreender ao máximo como era a vida  das pessoas em determinada época e transmitir isso de forma persuasiva.
Assim, através dos filmes podemos voltar no tempo e perceber como eram as roupas, os cabelos, indumentárias, costumes, músicas, danças, arquitetura, arte, etc.
Selecionamos alguns filmes e seriados que acontecem no contexto do Renascimento, divirtam-se!




Elizabeth (1998) – Inglaterra, 1554. O país está dividido entre católicos e protestantes. Mary Tudor (Kathy Burke) está no poder e é uma católica fervorosa, mas tem um tumor que a deixa com os dias contados. Sua meia-irmã, Elizabeth (Cate Blanchett), é uma protestante convicta e a primeira na linha de sucessão. Elizabeth é levada até a rainha, que tenta fazê-la prometer que o país seguirá o catolicismo. Mas, apesar de poder morrer, Elizabeth diz que será fiel à sua consciência. Já no leito de morte de Mary Tudor, o Duque de Norfolk (Christopher Eccleston) tenta fazer em vão com que a rainha assine a pena de morte de Elizabeth que, com a morte de Mary, é coroada rainha. Entretanto, Elizabeth herda um país falido, sem exército e com inimigos por todos os lados, até mesmo na sua própria corte, forçando-a a calcular cada passo para permanecer no poder. Inicialmente ela comete erros graves, mas gradativamente vai se firmando e, sempre aconselhada por Sir Francis Walsingham (Geoffrey Rush), ela planeja matar todos os seus inimigos para consolidar seu poderio.





Elizabeth, A Era de Ouro (2007) - Inglaterra, 1585. Elizabeth I (Cate Blanchett) está quase há três décadas no comando da Inglaterra, mas ainda precisa lidar com a possibilidade de traição em sua própria família. Simultaneamente a Europa passa por uma fase de catolicismo fundamentalista, que tem como testa-de-ferro o rei Felipe II (Jordi Mollá), da Espanha. Apoiado pelo Vaticano e armado com a Inquisição, Felipe II planeja destronar a "herege" Elizabeth I, que é protestante, e restaurar o catolicismo na Inglaterra. Preparando-se para entrar em guerra, Elizabeth busca equilibrar as tarefas da realeza com uma inesperada vulneabilidade, causada por seu amor proibido com o aventureiro Sir Walter Raleigh (Clive Owen).






The Tudors :  É uma série televisiva que recria os primeiros e tumultuosos anos do reinado de Henrique VIII da Inglaterra. Paixão, ambição e traição se transformam no fio condutor deste drama televisivo, que mostra um Henrique VIII muito diferente do que aparece nos livros de história. Jovem, atraente e poderoso, mostra-se um rei da Inglaterra capaz de grandes proezas atléticas. Sem dúvida alguma, um monarca que não colocava os assuntos de Estado entre suas prioridades e que sempre deixava os problemas oficiais nas mãos do Cardeal Tomas Wolsen. Para aqueles próximos de "Sua Majestade", satisfazer o rei era uma faca de dois gumes. Henrique VIII era até mesmo capaz de desafiar a instituição mais poderosa da Europa medieval: a Igreja Católica Romana. Também era conhecido por mandar executar seus súditos diante da mínima demonstração de insubordinação. Filmada na Irlanda, a trama desta produção se desenvolve na Inglaterra, nos dez primeiros anos do reinado de Henrique VIII. Um reinado que se iniciou em 1509, quando ele tinha apenas 19 anos de idade. Além de mostrar as alianças políticas mais significativas do monarca, a série gira em torno das companheiras femininas do rei: Catarina de Aragão e Ana Bolena. Também é dado destaque à particular relação que o rei mantinha com Charles Brondon, o Duque de Norflok, o Cardeal Wolsey (chefe da Igreja Católica, no período de separação de Roma) e o filósofo Tomás More.



A Outra (2008) -  Ana (Natalie Portman) e Maria (Scarlett Johansson) são irmãs que foram convencidas por seu pai e tio ambiciosos a aumentar o status da família tentando conquistar o coração de Henrique Tudor (Eric Bana), o rei da Inglaterra. Elas são levadas à corte e logo Maria conquista o rei, dando-lhe um filho ilegítimo. Porém isto não faz com que Ana desista de seu intento, buscando de todas as formas passar para trás tanto sua irmã quanto a rainha Catarina de Aragão (Ana Torrent).




The BorgiasA santidade de um Papa pode ser relativa. Alexandre VI, por exemplo, foi o patriarca de uma infame dinastia da Renascença italiana que escalou até o cume do poder político se apoiando pura e exclusivamente  nos seus princípios maquiavélicos. Rodrigo Borgia era seu nome terreno e é Jeremy Irons (vencedor de um Oscar® por O Reverso da Fortuna) é quem o interpreta na ficção, nesta série colossal que segue a mesma linha de The Tudors, e é dos mesmos criadores. Nos seus planos macabros, contou com a ajuda de Cesare e Juan, seus dois filhos  homens, e de Lucrécia, sua filha, escandalosamente bela. Uma história digna de ser lembrada, onde a influência e a sede de poder correm no sangue.




Snow White: A Tale of Terror (1997) - Lilli vivia tranquilamente com seu pai e sua misteriosa madrasta Cláudia, porém, quando completa seus 16 anos de vida, sua beleza desabroxa como uma flor, causando em sua detestada madrasta, invejaódio e ciúme. Cada vez mais pertubada, Cláudia começa a planejar uma vingança abominavel... Agora, Lilli terá que lutar com todas sua forças para poder se livrar do mal que a cerca, e assim, poder demascarar sua impiedosa madrasta.




Para sempre Cinderela (1998)- A rainha da França solicita a presença dos Irmãos Grimm no palácio e lhes conta que gosta muito da obra deles, mas que ficou espantada em como foi contada a história de Gata Borralheira. Assim, decide lhes narrar o que realmente aconteceu na França do século XVI, quando Danielle de Barbarac (Drew Barrymore), sua tataravó, que ficou feliz aos oitos anos quando seu pai (Jeroen Krabbé), um aristocrata viúvo, se casou novamente com uma baronesa (Anjelica Huston), pois assim ela ganhou uma mãe e duas irmãs no mesmo dia. Mas a sonhada felicidade durou muito pouco, pois logo depois seu amado pai morreu subitamente e a madrasta, que ela desejava que fosse a mãe que nunca tivera, passa a tratá-la como uma criada. Uma das filhas da baronesa é bondosa e não concorda com várias atitudes da mãe, mas por outro lado a outra filha é bastante egoísta e só pensa em se casar com o príncipe herdeiro (Dougray Scott). Para isto ela tem total apoio da mãe, que está disposta a conspirar, mentir e fazer o necessário para ver sua filha como a futura rainha. Mas ela precisa agir rápido, pois o príncipe conheceu Danielle e os dois estão apaixonados, com os sonhos de grandeza da baronesa podendo serem frustrados, pois sua enteada e o príncipe estão sendo aconselhados por ninguém menos que Leonardo da Vinci (Patrick Godfrey).


As crianças na Renascença

No Renascimento, as crianças eram tratadas como pequenos adultos e isso acontecia pois as pessoas não acreditavam haver inocência nas crianças.
Não havia diferenças entre a forma de se vestir e nenhuma restrição a qualquer tipo de evento social, jogos, festas e assuntos sexuais.
Nas pinturas desta época podemos observar as roupas e atitudes que demonstram um pouco dessa realidade onde as crianças realmente parecem adultos em poses rígidas e feições sérias.

As meninas ( Velásquez, 1656).

 Portrait of the Artist's Sisters and Brother( Sofonisba Anguissola,1555).

Retrato de Tres Niñas ( Robert Peake the Elder, 1576-1619)

                                                            Bia de Medici (Bronzino, 1942).



              Fonte: Vestuário e Infância : entre a adequação e as determinações sociais (Barbosa e Quedes). Disponível em:                     
                      http://fido.palermo.edu/servicios_dyc/encuentro2007/02_auspicios_publicaciones/actas_diseno/articulos_pdf/A100.pdf .

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A moda na Renascença - Parte II

A moda feminina

Continuamos neste post a falar da moda no Renascimento, agora abordando os trajes femininos da época.

Assim como os homens, as mulheres também usavam uma túnica branca com mangas amplas e justas no punho, a chamada chemise, como roupa de baixo. Uma característica muito forte da moda deste período era o uso de peças independentes, para a maior personalização da composição. Mangas, corpetes, saias e acessórios poderiam ser misturados, combinados e descombinados para formar inúmeros looks. Um detalhe importante a ser ressaltado era a manga solta do corpet, presa apenas por pequenos laços, deixando entrever a chemise por baixo da roupa (imagem abaixo).

A moda feminina na Renascença caracteriza-se pelo seu esplendor e sensualidade, ao ressaltar as curvas do corpo feminino sem oprimi-lo em desconfortáveis espartilhos. O corpo feminino revela-se ao ser ajustado com corpetes que acentuam a cintura e valorizam os seios. No Renascimento a silhueta ampulheta era muito apreciada entre as mulheres, seios fartos e ancas largas indicavam uma mulher fértil e saudável.

As mulheres italianas se diferenciavam muito das demais mulheres europeias, pois valorizavam um visual mais natural, enquanto no restante da Europa muitas mulheres raspavam os cabelos para deixar a testa mais alta e usavam elaborados penteados. Os penteados eram bastante trabalhados, misturando cabelo liso, com cachos, coques, mechas soltas... o céu era o limite. Nesta época, as mulheres usavam o precursor do nosso baby liss, uma barra de ferro cilíndrica que era aquecida e enrolada no cabelo.





O colo aparecia descoberto ou com o uso de transparências, para mostrar sem realmente desvelar (imagens abaixo).



As mulheres abusavam de joias pesadas e enfeites de cabelo. As saias eram extremamente longas e, para não tropeçar em tanto tecido, elas tinham de usar um modelo bem peculiar de tamanco, com solado de madeira de aproximadamente 10cm de altura (figura abaixo).


Além desse acessório, as mulheres também usavam preso ao cinto uma bolsinha com diversos acessórios, como pentes de casco de tartaruga e pequenas facas.




Como veremos nos próximos posts a moda Renascentista serve como base para as vestimentas da época Barroca, onde tudo foi exagerado e ressaltado, mas isso é assunto pra outro dia...

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A moda na Renascença - Parte I



Como vimos no post anterior, durante o Renascimento os olhos do indivíduo — antes voltados para Deus — voltam-se para si próprio e para os outros. Muitas obras artísticas desse período exploram a nudez e a beleza do corpo, tão demonizado na Idade Média.
A preocupação em ver e ser visto torna-se fundamental para a sociedade da época, influenciando não somente a moda, mas também a arquitetura. Nas casas das famílias ricas de Veneza, por exemplo, eram muito comuns sacadas onde as damas da sociedade passavam seu vasto tempo livre olhando as pessoas que circulavam nas ruas, e assim também eram vistas.
Estas importantes mudanças no comportamento da sociedade influenciaram também a moda, principalmente no que se refere à identidade de gênero. Se antes tanto homens e mulheres usavam roupas bastante semelhantes, no Renascimento estas passaram a ser totalmente diferentes. Enquanto o traje masculino encurtava, o feminino ficou mais longo. Homens e mulheres passaram a usar roupas mais extravagantes, com bordados, cores fortes e ajustadas na cintura.
Como roupa de baixo, tanto os homens quantos as mulheres usavam a chemise, uma camisa branca usada à mostra para sinalizar que aquele indivíduo era uma pessoa limpinha e que sua chemise estava branquinha, mesmo que fizesse um ano desde seu último banho.

A moda masculina


A túnica curta, muito usada por cortesões no período gótico, voltou repaginada com algumas alterações, tornando-se o gibão (imagem abaixo). A principal diferença entre as duas peças reside no volume que o gibão tem sobre os ombros — muitas vezes ele recebia enchimentos para tornar esse volume ainda maior. Foi nessa época que se consolidou a silhueta “Y” para os homens, que continua sendo referência de boa forma até os dias de hoje.  

Diversos modelos de gibão, jacket e braguetes.

Além do gibão os homens usavam ainda outras peças, como a jacket  ou ainda uma túnica aberta na frente e calções curtos, usados com meias longas que podiam ser de cores diferentes em cada perna para sinalizar a que clã ou família pertencia o individuo e também um sapato fechado com bico fino e pontudo ou não. O acessório mais, digamos... diferente desse período era a chamada braguette (imagem abaixo. Detalhe para o cachorrinho). Era uma espécie de porta-pênis costurado entre as duas pernas das calças, usado para sinalizar virilidade.

Modelo de braguette

Para ostentar suas riquezas, os grandes senhores usavam enormes colares que iam de um ombro ao outro. Alguns eram tão grandes que eram usados atravessado no peito. Também era muito utilizado o rufo, um acessório usado por ambos os sexos que consistia numa espécie de gargantinha de tecido engomado e rendado usado no pescoço, geralmente da cor branca, que por fim acabou evoluindo para um tipo de gola.


Rufo, acessório usado tanto por homens quanto por mulheres

No próximo post falaremos um pouco sobre a moda feminina na Renascimento e suas curiosidades.