1880 a 1914
Foi a criação francesa que dominou a evolução do traje e obteve a consagração mundial neste período, logo, a história do vestuário resume-se a da França.
A estabilidade generalizada incentivava a prosperidade das classes ricas desenvolvendo as relações sociais, os hábitos das cerimônias oficiais, recepções, teatros, óperas e corridas.
Estilistas e fornecedores de roupa inspiravam-se nas opulentes criações divulgadas pelos grandes costureiros parisienses. A Exposition Universelle de Paris em 1900 proporcionou um fórum internacional para que estilistas parisienses decretassem sua superioridade universal.
L'Exposition Universelle de Paris, en 1900
Com o processo de Revolução Industrial e produção em larga escala, surgiu na Inglaterra o movimento estético Arts & Crafts que defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa, pregando o fim da distinção entre o artesão e o artista.
Tendo a crise gerada pela industrialização como sua primeira apreensão, a manifestação do Art Nouveau se mostrou constantemente preocupada em conferir a habilidade de seus representantes na exploração de traços obtidos na natureza. A existência de formas de plantas e animais demonstraria a exata distância que difere o labor artístico da reprodução realizada pelas máquinas.
O Art Nouveau possui como principal referência histórica a Origem das Espécies de Darwin e traduz nas artes, arquitetura, design gráfico e acessórios as formas e linhas curvas da natureza: troncos, rios, insetos, sinuosidades, etc.
No vestuário, na metade da década de 1880, houve o ressurgimento da anquinha, porém de um tipo diferente, ela se projetava horizontalmente nas costas, mas a estrutura não era mais um artifício de crina, como no início da década de 1870.
La Grande Jatte de Georges Seurat
Tournure, 1880.
Na Inglaterra, a alta sociedade orbitava em torno da corte do hedonista Eduardo VII e seguia o padrão anual estabelecido pela Temporada Londrina de maio até julho incluindo festas particulares, eventos públicos, corridas e cricket.
Eduardo VII é conhecido por suas inúmeras amantes, extravagâncias e excessos, o oposto do recato e moralidade de sua mãe, a Rainha Vitória.
O rei gostava de mulheres maduras e dominadoras com busto pesado. Então, surge o espartilho com a frente reta, construído de maneira a obrigar o corpo a assumir a curva em S, com cintura diminuta e busto unificado, baixo e protuberante equilibrado por ancas arredondadas. A peça foi recomendada como mais saudável do que o corset que dava forma de ampulheta ao corpo, pois removia as pressões sobre o abdômen. A moda da época era ter cerca de 40 cm de cintura.
Uma série de luvas, peles, leques e sapatos de biqueira arredondada garantiam que cada traje fosse adequadamente complementado por acessórios. Um guarda-chuva, sombrinha ou bengala, longos e esguios, muitas vezes davam o toque final.
A maquiagem e os perfumes tornaram-se uma parte cada vez mais importante na busca pela beleza. Considerados vulgares na época, os cosméticos, não obstante, eram usados com parcimônia.
Colocava-se grande ênfase na tez natural e tratamentos da pele. Muitas mulheres beliscavam as bochechas e mordiam os lábios para conseguir um rosado gracioso, enquanto as atrevidas recorriam a pomadas pigmentadas para lábios e rouges.
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As moças usavam os cabelos compridos até os dezoito anos, quando eram então penteados em alguns dos estilos populares, largos e cheios. Também usavam cabelos postiços para ficarem mais volumosos e usavam ferro de frisar para manter os penteados armados por mais tempo. Além disso, também faziam métodos de ondulação permanente nos fios.
Os chapéus eram obrigatórios, com vários tipos de decorações, incorporar plumas e pássaros era uma forma de determinar status.
Os vestidos de chá eram eram essenciais e marcavam a divisão entre as roupas do dia e da noite, permitindo às mulheres alguns momentos de alívio dos apertados espartilhos, por volta das cinco horas quando era servido.
Na década de 1910, apesar de o corpo cheio ainda continuar na moda, as curvas exageradas haviam desaparecido e o efeito era como o de coluna. Embora algumas mulheres descartassem os espartilhos, a maioria não o fez, e os espartilhos foram adaptados à linha vigente.
A apresentação do Balé Russo de Poiret e a produção chamada Schehérazade com figurino oriental, influenciaram essas mudanças no vestuário feminino, as saias adquiriram drapeado suave e se afunilaram na barra a ponto de cada passo ter de 8 a 5 cm.
Com o início da Primeira Guerra as roupas começaram a ser práticas e simples, produzidas com tecidos como algodão e flanela pois eram baratos e duráveis. Assim, a bela época teve seu fim.
Fontes: A História do século XX (Mendes e Haye); A Roupa e a Moda (Laver); A História do Vestuário no Ocidente (Boucher); Blog Moda de Subculturas (http://modadesubculturas.blogspot.com.br/); Wikipédia.
Gostei muito, obrigado.
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