quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Era Vitoriana - Contexto Histórico



A Era Vitoriana deve uma duração de 63 anos, iniciando-se na posse da Rainha Vitoria em junho 1837 terminando com sua morte em janeiro de 1901. A jovem rainha da Inglaterra assumiu o trono com apenas 18 anos, após o falecimento de seu tio Guilherme VI, que morreu sem deixar herdeiros.

Rainha Vitoria em sua juventude

A Era Vitoriana foi antecedida pela Era da Regência ou Período Georgiano, e após o reinado da Rainha Vitória seu filho, o Rei Eduardo VII, assume o trono dando inicio ao Período Eduardiano, que mais tarde viria a se chamar Belle Époque, atmosfera artística e cultural que influenciaria todo o continente europeu.
O video abaixo mostra o funeral da Rainha Vitória.



Seu reinado foi longo e pacífico, impulsionado pelo desenvolvimento da indústria e da exploração das colônias inglesas, principalmente a índia de onde provinha o chá, importante produto na economia inglesa. Esse período de longo progresso ficou conhecido com Pax Britannica, que deu inicio a uma nova camada social, uma classe média com maior poder aquisitivo e sedenta por status.



No auge da Pax Britannica que a Inglaterra se transformou na mais importante potência comercial do mundo, fornecendo às grandes metrópoles do mundo seus produtos industrializados, como seus tecidos e móveis. Além do enriquecimento da classe burguesa, este período também foi marcado por fortes valores moralistas, refletido também numa política rígida e conservadora.

Em contrapartida desta ascensão da burguesia, a classe trabalhadora inglesa sofreu por esse crescimento impulsionado por longas horas de trabalho, com mão-de-obra a baixíssimo custo e praticamente nenhuma preocupação com o bem estar destas pessoas.

Fábrica na Era Vitoriana


A Era Vitoria, marcada pela política externa do Novo Imperialismo, que trouxe acirradas disputas coloniais dando inicio a Guerra Anglo-Zanzibari, conflito entre o Reino Unido e Zanzibar, e a Guerra dos Boêres, combate entre descendentes de holandeses e franceses contra ingleses, este fato ocorreu na Árica do Sul.

Na arquitetura desta época observamos um confronto entre os conceitos góticos e clássicos que deram origem ao que chamamos de neo-gótico. Essa busca por valores estéticos do passado se reflete também na literatura e em todo o comportamento social da época, o ideal romântico de donzelas pálidas e frágeis, retratadas nos livros e folhetins é almejado por todos.

O Big Ben, um dos maiores símbolos de Londres, é  um ótimo exemplo da arquitetura neo-gótica.

A literatura durante a Era Vitoriana é um caso a parte, por toda a sua riqueza de obras, hoje consideradas clássicas. Romances de terror como Drácula, Frankenstein, O Vampiro entre outros retratam paisagens medievais, como castelos assombrados onde a heroína se expõe a perigos inimagináveis, em sua maioria que colocam em questão a sua honra. Grandes nomes da literatura que se destacam são Bram stoker, Mary Shelley, John Polidori, Lord Byron, Emilie Brontë, Sir Arthur Conan Doyle, Lewis Carroll, Charles Dickens, entre outros tantos. 

Sir Arthur Conan Doyle escritor aclamado por sua série clássica Sherlock Holmes.

O Romantismo espalhava-se pelo mundo das letras, exaltando a virgem donzela, musa do poeta, idolatrada e posta em um pedestal de imaculada beleza. No vídeo abaixo podemos ver isso em alguns poemas de Lord Byron, que apesar de ter uma reputação um tanto, digamos... excêntrica, cheia de amores proibidos (envolvendo até um incesto), seus poemas são ótimos exemplos da literatura romântica. No Brasil, Álvares de Azevedo foi um grande entusiasta de sua obra, seguindo seus passos na literatura.





Lord Byron foi o infant terrible da literatura romântica inglesa




A invenção do daguerrótipo e posteriormente da foto e do cinema também trouxe grandes inovações para as artes. Enquanto no Império havia uma preocupação com a exatidão das formas em detrimento da emoção, no Romantismo voltamos a ansiar pelos sentimentos que transcendem a arte. As formas e técnica não são mais o foco da arte e sim os sentimentos ali depositados. Sonhos e pesadelos passam a ser temas recorrentes em obras da época.
O video abaixo é um documentário onde é explicado a origem do daguerrótipo, que evoluiu para a fotografia como a conhecemos hoje.




Em resposta a esse novo conceito estético surge a Irmandade Pré-Rafaelita, formada por pintores como John Everett Millais, William Holman Hunt e Dante Gabriel Rossetti. Este grupo tinha como finalidade reuniões onde discutiam técnicas e obras com temas anteriores a Renascença. Este grupo se ramificou em duas vertentes, enquanto uma preocupava-se em retratar os problemas contemporâneos, a outra  sempre tinham como cenário a Era Medieval, com inspiração em muitas obras clássicas e na mitologia inglesa, como o Rei Arthur.

La Belle Dame Sans Merci obra do pintor pré-rafaelita Frank Cadogan Cowper



O Impressionismo surge com as pinturas de jardins iluminados e floridos de Monet, onde o que se busca representar são as cores e como elas interagem com a luz e a sombra. Sua técnica é mais livre, om pinceladas soltas e sem muita precisão nas formas, mas que traz como resultado uma incrível dança de cores, luz e sombra.


Obra de Monet intitulada Mulheres no Jardim de 1866

Todo este contexto social e artístico serve de pano de fundo para entendermos melhor a moda na Era Vitoriana e como ela refletia o pensamento da época.



 

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